segunda-feira, 26 de março de 2007

O Segredo na revista Isto É Dinheiro

A revista Isto É Dinheiro número 496, de 28 de março, trouxe duas páginas tratando do filme "O Segredo".

Com o título de Um Fenômeno Chamado The Secret, a matéria aborda o sucesso da produção destacando-a como um sucesso de marketing, e informando que mais de dois milhões de cópias do DVD já foram vendidas, em menos de um ano. Nada mal para um filme que a produtora fez com dinheiro da hipoteca da casa.

O livro "The Secret" ultrapassou a pré-venda do mais novo volume de Harry Potter.

A matéria também fala de uma suposta disputa dos direitos intelectuais do filme. Mas não há disputa. Houve, sim, alguns problemas com um (excelente) casal que também ensina "O Segredo" em workshops. Mas o filme prende-se a conceitos com centenas e milhares de anos de aplicação. E nem há, mais, nenhum problema com o casal.

Curiosamente, se por um lado a matéria reconheceu o impressionante sucesso da empreitada, por outro cometeu alguns escorregões, incluindo a descrição de uma cena inexistente (como a afirmação de que um personagem dizia usar "O Segredo" para evitar filas) ou inversão de gênero (como afirmar que, "uma mulher que dá seu depoimento na fita, por exemplo, diz que usa a Lei da Atração para conseguir vagas no estacionamento").

Embora, realmente haja uma cena com esta afirmação, ela não é feita por uma mulher, mas sim por um homem. O empresário e consultor financeiro David Schirmer que, com seu inglês macarrônico, dá o toque cômico à produção.

A matéria também dá a entender que se trata de um filme "místico", descrição um tanto inadequada, com certeza.

Certamente, The Secret não se trata de uma produção mística, embora seja possível reconhecer que os produtores incluíram alguns ícones bem pouco "corporativos", como o reverendo Michael Beckwithe a consultora em Feng Shui, Marie Diamond. Uma concessão, que tornou o filme bem mais cativante e agradável para o grande público, sem dúvida. O reverendo é muito inspirador.

Por outro lado, se a embalagem for aberta, praticamente só veremos conceitos bem pragmáticos e historicamente reconhecidos pelo mundo corporativo. Sentiremos um pouco do sabor de Zig Ziglar, Og Mandino, Hyron Smith, Stephen Covey, Ben Franklin, Cheryl Richardson ... naturalmente embalados em apenas um conceito, simples de lembrar e aplicar.

Pouca teoria, muita prática. Até porque alguns dos melhores coaches corporativos do mundo (que não têm nada de místicos) estiveram trabalhando nos bastidores. O próprio Bob Proctor foi eleito o melhor coach internacional em 2006.

Mas, afinal, isso nem é importante. O importante é: isso funciona? Então, vamos usar.

O resto são tentativas, até compreensíveis, para entender, classificar ou nomear as peças do quebra-cabeças. E os nomes usados são aqueles com os quais você sentir-se mais confortável.

A matéria foi boa para o filme porque, o que importa mesmo, é que as pessoas que o assistam possam aprender a focar e organizar a única coisa que nos diferencia dos maiores ícones da história. O modo como organizamos nossa mente.

Não é esta a única diferença real entre nós e um Leonardo Da Vinci?

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