quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Revista Ciência Hoje e o poder da mente

O artigo abaixo NÃO é do livro The Secret - O Segredo, mas sim da revista Ciência Hoje. Entretanto, veja que interessante, os pesquisadores dizem exatamente o que afirma a Lei da Atração.

Ao ler o texto abaixo, tenha em mente a história do "homem milagre", que sofreu o acidente aéreo, no documentário de Rhonda Byrne. Você vai começar a entender as razões da sua recuperação.

Leia. Vale a pena.

Os grifos são meus.

Aldo Novak




O poder da imaginação
Estudo revela que mentalizar execução de uma tarefa ajuda a melhorar desempenho

Você acredita que o simples fato de alguém mentalizar que está andando de bicicleta pode ajudá-lo a melhorar seu desempenho?

Pois é isso que sugerem experimentos realizados no Laboratório de Neurociências e Comportamento do Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP).

Coordenado pelo biólogo André Frazão Helene e orientado pelo professor Gilberto Xavier, o estudo mostrou que um treinamento imaginativo pode de fato aprimorar uma habilidade.

Helene explica que as áreas cerebrais ativadas durante o exercício de imaginação de uma tarefa e sua execução efetiva são muito próximas. "O tempo de imaginação de um ato motor é igual ao tempo de sua execução real", afirma. "Ocorre, por exemplo, uma elevação proporcional da taxa de batimentos cardíacos, de ventilação e de consumo de oxigênio quando pessoas se imaginam andando a 5, 8 ou 12 km/h."

A equipe avaliou a possibilidade de se adquirir novas memórias[1] por meio do treinamento restrito à imaginação.

Um primeiro experimento, de natureza cognitiva, envolveu um grupo de voluntários que tinha que ler palavras invertidas e escrevê-las corretamente com o dedo no ar. Outro grupo lia palavras grafadas de forma correta e as imaginava escritas ao contrário.

Após três dias de treino de 100 palavras por dia para cada um, foi verificado que o desempenho dos grupos era equivalente. "Ambos tiveram a aquisição efetiva da habilidade", afirma Helene.

Um segundo experimento avaliou o aprendizado motor pela imaginação.

Os 24 participantes, todos destros, foram divididos em três grupos.

O primeiro era de treino real: eles se sentavam de frente para um monitor em que apareciam em seqüência números de um a quatro. A cada número correspondia um dos dedos da mão direita; a tarefa consistia em tocar com o polegar os dedos equivalentes ao número mostrado na tela.

O segundo era de treino imaginativo: a diferença é que ao invés de realmente tocarem o polegar, os participantes deviam somente imaginar a ação e apertar um único botão numa mesa para indicar que a atividade fora imaginada.
O último grupo era o de controle, sem treinamento prévio da tarefa.

O computador apresentava os estímulos e registrava o movimento e sua duração por
sinais enviados de sensores fixados nas pontas dos dedos dos participantes



Após 40 minutos de treino o grupo com ’prática imaginativa’ realizou cada movimento em 0,75 segundo, desempenho próximo ao do grupo de ’treino real’, 0,70 s. Já o grupo de controle, sem treinamento, executou a tarefa em 1,05 s. O treino imaginativo reproduziu também outras características do ’treino real’. "Cada dedo tem um tempo diferente para tocar o polegar," aponta Helene. "O dedo mínimo é o mais rápido, enquanto o indicador é o mais lento, no treino imaginativo e no prático."

Segundo ele, o treino imaginativo poderia ser usado por pacientes em recuperação para auxiliar a reabilitação de certas habilidades, como andar. "Caminhar envolve cálculos mentais precisos e inconscientes que ativam sub-rotinas como se inclinar, equilibrar-se e frear", explica. O treino imaginativo pode ajudar a aperfeiçoá-las antes que o paciente seja capaz de executá-las. Mas o biólogo adverte que o treino é mais eficiente para atividades que dependem de esforço mental. "O desafio não é aumentar a força, mas aperfeiçoar a precisão dos cálculos mentais da ação em questão."


[1] Quantas vezes não discamos automaticamente um número de telefone e nos perguntamos como o decoramos? Mais intrigante ainda é perceber que não somos capazes de ditá-lo a outra pessoa -- só conseguimos discá-lo de forma mecânica.

Ações como essa são explicadas por alguns cientistas a partir do conceito de memória implícita ou de procedimento, que se forma quando a experiência facilita a realização de uma tarefa sem a necessidade de sua evocação consciente ou intencional.

É esse tipo de memória que pode ser aperfeiçoada, segundo sugere a pesquisa coordenada por Helene. "Não há dúvidas da existência de uma associação direta entre memória e aprendizagem", aponta o pesquisador.



Renata Moehlecke
Ciência Hoje On-line
17/06/04

http://cienciahoje.uol.com.br/3649


Aldo Novak

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