domingo, 8 de abril de 2007

Corrigindo a revista Isto É Dinheiro

A revista Isto É Dinheiro (número 496, de 28 de março), uma das primeiras publiações brasileiras a tratar do fenômeno, chamado "O Segredo", escreveu um artigo (o qual comentei e critiquei aqui) com várias incorreções sobre o filme.

A Isto É Dinheiro chegou, até, a citar uma cena inexistente, mostrando que quem escreveu a matéria nem sequer assistiu o filme (ou o assistiu sem nenhuma atenção).

Mas, embora isso revele que a revista não se preocupou em analisar o filme com cuidado, no final da matéria comete um erro muito maior, pois dá a entender que a produtora do filme, Rhonda Byrne, teria passado a perna em Esther e Jerry Hicks, dois autores e palestrantes motivacionais que têm um workshop sobre a Lei da Atração.

O equívoco da revista é tão grande que eu nem sequer me dei ao trabalho de citar, no primeiro texto. Entretanto, como várias pessoas têm perguntado, resolvi explicar o que aconteceu:

Esther foi uma das principais consultoras do filme, e concordou em apresentar uma parte, junto com os outros convidados. Ela se apresenta como médium, e temendo que o documentário ficasse muito esotérico ou espiritual, Rhonda Byrne convidou especialistas de outras áreas (finanças, por exemplo) para equilibrar a produção.

Com a saída de Esther, o documentário acabou pendendo para o outro lado (uma das críticas que escuto).

Rhonda, entretanto, é produtora de documentários para a televisão, não palestrante. Por isso ela criou todo o desenvolvimento do marketing do filme, da mesma forma que se faz marketing em televisão.

Quando a produção da primeira versão ficou pronta, Esther e o marido acharam que o marketing ficou muito agressivo, especialmente para sua linha mais espiritualista.

Além disso, a própria Esther estava preparando outro documentário sobre a "Lei da Atração" (foto), que será lançado em poucos dias, e temia que sua aparição no primeiro pudesse atrapalhar o segundo.

Então, a própria Esther pediu para que Rhonda reavaliasse o contrato e substituisse a sua imagem pela imagem de outra convidada.

Note que já existia uma produção de "O Segredo" circulando.

Então, Rhonda refez o filme, refilmando todas as cenas de Esther, mas mantendo o texto original praticamente inalterado. Ainda assim, Rhonda manteve o contrato com Esther, que passou a ser consultora do filme, e continuou recebendo o valor acordado em contrato.

O resultado é que há dois documentários diferentes, com o nome de O Segredo. O antigo (e mais curto), com a co-apresentação de Esther Hicks, e o segundo, que está nos cinemas.

Do meu ponto de vista, ambos são bons e têm pontos fortes e fracos. O documentário com Esther é mais sóbrio, mais sério, porque ela é séria. Isso ajuda o começo do filme, porque segue uma linha mais "profissional". Por outro lado, nos blocos seguintes fica sério demais, quase professoral, atrapalhando a ligação emocional com o documentário.

O que pode ser visto nos cinemas, com Lisa Nichols, e que será lançado em DVD no Brasil em poucas semanas, é alegre demais no começo (comparado com a mesma apresentação de Esther Hicks), mas da metade para o final o tom é bem melhor que aquele apresentado por Esther.

Em suma, o ideal é que as duas apresentassem: Esther no começo e Lisa da metade para o final.

Mas o resultado final foi o que era possível.

Afirmações de Esther

Apenas para que fique bem claro, leia o que a própria Esther Hicks escreveu, sobre o que causou sua saída de "O Segredo":

"Na verdade, tivemos uma conversa sobre aspectos contratuais. Só isso. Mas, mesmo não aparecendo no filme, eu o indico com o máximo prazer, como sendo uma excelente produção sobre a Lei da Atraçao!"

E, embora a revista IstoÉ Dinheiro tenha dado a entender que o problema foi de dinheiro, não é o que Esther Hicks diz: "Nós fomos muito bem pagos por nossa participação neste projeto... com um valor que chegou a uma impressionante quantia de dinheiro".

Ela explica: "Jerry e eu apenas nos sentimos desconfortáveis com a campanha de marketing usada, muito agressiva para o nosso perfil. Mas quero deixar claro que a campanha não tem nada de errado, apenas não é o nosso estilo."

Não sei quem a IstoÉ Dinheiro entrevistou, para colocar aquilo na revista, mas uma correção era mesmo necessária.


Aldo Novak
http://www.academianovak.com.br

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